quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Separação


Espero que ainda demore muito tempo, mas achei tão bonito ...

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes
(1913-1980)



Mais poemas em http://www.viniciusdemoraes.com.br/

3 comentários:

Anónimo disse...

bem a qualidade deste blog está a aumentar a olhos vistos, vou recomendá-lo aos meus amigos

Cristina disse...

Olai,
Acho muito bem!
Faz favor de o divuldar por todo o mundo...esperando novos comentários!

Cristina disse...

Olai,
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