segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Amizade

Após um fim-de-semana bem curto, no pouco tempo que me restou, decidi reler, pela milésima vez, "O Principezinho"... e, como sempre, emociono-me. Por isso, decidi escrever-vos um pequeno trecho.



- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu delicadamente o principezinho, que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui, disse a voz, sob a macieira.
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. És bem linda...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, disse o principezinho. Estou tão triste ...
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido, acrescentou:
- O que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa, o que é que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm espingardas e caçam. É bem incómodo! Também criam galinhas. É a única coisa interessante que fazem. Estás à procura de galinhas?
- Não, disse o principezinho, procuro amigos. O que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”...
- “Criar laços”?
- Isso mesmo, disse a raposa. Para mim não passas ainda de um rapazinho muito parecido com cem mil rapazinhos. E não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti sou apenas uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
(...)
- A minha vida é monótona. Caço galinhas e os homens caçam-me. Todas as galinhas são parecidas umas com as outras e todos os homens são parecidos uns com os outros. Por isso, aborreço-me um pouco. Mas se me cativares a minha vida ficará como que iluminada pelo sol. (...)
A raposa calou-se e olhou muito tempo o principezinho.
- Por favor... cativa-me! disse ela.
(...)
E quando chegou a hora da partida:
- Ah! Disse a raposa... Vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria que te acontecesse nada de mal, mas quiseste que te cativasse...
- É certo, disse a raposa.
- Mas vais chorar! disse o principezinho
- Vou. Disse a raposa
- Então não ganhas nada com isso! disse o principezinho.
- Ganho (...) É muito simples: só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Disse a raposa

Vou deixar ao vosso critério e à vossa curiosidade, a leitura completa deste pequeno trecho... não se irão arrepender, de certo.

Beijinhos

1 comentário:

elsa nádia disse...

Boa Tarde e uma boa semana!
estou a ver que o fim-de-semana, embora pequeno, foi inspirativo! ainda bem!
para mim o livro o "le petit prince" é sublime, logo acho a tua postagem muito bonita.
só não sei como consegues ter ideias novas todos os dias, mas continua acho que vais muito bem
fica bem e diverte-te muito :)
ps: um olá para o António, ja não "falo" com ele há muito tempo, embora ele ache graça às minhas desgraças ;)