terça-feira, 24 de abril de 2007

Dia da Liberdade



Olá, amiguinhos, hoje vou fazer um comentário pelo dia de amanhã - 25 de Abril - o dia em que foi imposta a liberdade, em Portugal!


No fim-de-semana passado, a minha sobrinha vinha com o episódio todo estudado - "o 25 de Abril foi o dia em que as pessoas passaram a poder falar e onde a policia (pide) deixou de existir. E depois, colocaram um cravo nas pistolas para celebrar a vitória"... Nada disto é de estranhar, excepto o facto de que a criança tem 4 anos! e já sabe mais do que um jovem de 18... é uma miuda muita esperta, não acham?

Bem, falando mais seriamente, eu também não poderei dar um testemunho na primeira pessoa, já que aqui a menininha só nasceria no mês seguinte... de qualquer dos modos, acho muito importante fazer uma retrospectiva histórica:




O 25 de Abril caracteriza-se pelo inicio de uma nova era, onde deixou de haver opressão politica, policial, entre outras... as pessoas começaram a poder juntar-se sem que isso fosse considerado uma manifestação; "liberdade", "revolução", "vitória", "democracia" são palavras mais utilizadas neste dia.












Desculpem os restantes militares, mas para mim, o 25 de Abril, para além de tudo o que já disse, resume-se a Salgueiro Maia - um homem de quem não se fala... mas que foi quem deu o corpo ao manifesto no Terreiro do Paço, diante de imensos militares que defendiam o antigo regime... Sim, para mim, o Salgueiro Maia foi o representante máximo do 25 de Abril!














Deixo-vos agora uma cronologia que antecedeu o 25 de Abril. Espero que gostem:
"24 de Abril - O jornal República, em breve notícia, chama a atenção dos seus leitores para a emissão do programa Limite dessa noite, na Rádio Renascença .

24 de Abril - 22:00 horas Otelo Saraiva de Carvalho e outros cinco oficiais ligados ao MFA já estão no Regimento de Engenharia 1 na Pontinha onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento. Será ele a comandar as operações militares contra o regime.

24 de Abril - 22:55 horas A transmissão da canção " E depois do Adeus ", interpretada por Paulo de Carvalho, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, marca o ínicio das operações militares contra o regime.

25 de Abril - 00:20 horas A transmissão da canção " Grândola Vila Morena " de José Afonso, no programa Limite da Rádio Renancença, é a senha escolhida pelo MFA, como sinal confirmativo de que as operações militares estão em marcha e são irreversíveis.

25 de Abril - Das 00:30 às 16:00 horas Ocupação de pontos estratégicos considerados fundamentais ( RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Aeroporto de Lisboa, Quartel General, Estado Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi).
Primeiro Comunicado do MFA difundido pelo Rádio Clube Português.

Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém estacionam no Terreiro do Paço.

As forças paramilitares leais ao regime começam a render-se: a Legião Portuguesa é a primeira.
Desde a primeira hora o povo vem para a rua para expressar a sua alegria.

Início do cerco ao Quartel do Carmo, chefiado por Salgueiro Maia, entre milhares de pessoas que apoiavam os militares revoltosos. Dentro do Quartel estão refugiados Marcelo Caetano e mais dois ministros do seu Gabinete.

25 de Abril - 16:30 horas Expirado o prazo inicial para a rendição anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está disposto a render-se e pede a comparência no Quartel do Carmo de um oficial do MFA de patente não inferior a coronel.

25 de Abril - 17:45 horas Spínola, mandatado pelo MFA entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo.
O Quartel do Carmo hasteia a bandeira branca.

25 de Abril - 19:30 horas Rendição de Marcelo Caetano. A chaimite BULA entra no Quartel para retirar o ex-presidente do Conselho e os ministros que o acompanhavam, levando-os, à guarda do MFA para o Posto de Comando do Movimento no Quartel da Pontinha.

25 de Abril - 20:00 horas Disparos de elementos da PIDE/DGS sobre manifestantes que começavam a afluir à sede daquela polícia na Rua António Maria Cardoso, fazem quatro mortos e 45 feridos. "

Eu encontrei esta cronologia no seguinte site: http://www.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=HomePage, o qual aconselho a consultar porque tem muitos mais informação alusiva ao 25 de Abril.
Nesta grande revolução ficou também marcada uma canção: "Grândola" que deixo aqui a letra para quem ainda não a conhece...

"Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
Á sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola, a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade"
Espero que tenham gostado desta retrospectiva histórica e gozem um bom dia de feriado, porque houve alguém que lutou pela liberdade que hoje podemos usufruir...

Beijinhos

2 comentários:

elsa nádia disse...

como diria Batista Bastos:
"onde estava no 25 de Abril?" eu faço parte daquele clube que nasceu depois deste celebre dia e que pouco sabe dele.
mas sei pouco, porque me parece que se quer que se saiba pouco, só quando os intervenientes desta época falecerem é que se vai saber ao certo o que se passou, hoje vangloriam-se uns, derrotam-se outros, a história ainda é muito recente e parece existir receio em falar dela.
onde estava você no 25 de Abril de 1974?

Cristina disse...

Respondendo à tua pergunta: encontrava-me na barriguinha da minha mamã...e nasci, após um mês, desta grande luta...

Beijinhos